Se Max Weber estivesse vivo hoje, escreveria “O Capitalismo do Espírito e o Protestantismo – Como ganhar dinheiro com a Bíblia.” Não seria um livro de auto-ajuda ou instruções para uma start-up (ainda que pudesse sê-lo), mas uma análise sociológica da bastardização da religião pelo capitalismo predador contemporâneo. Já há livros sobre o assunto como, por exemplo, “Bad Religion” de Ross Douthat, mas nenhum deles tem a profundidade da análise weberiana.

O futuro é como passado. Não volta jamais. Não pode voltar, por não ter existido. O presente, infeliz que é, espremido entre a incerteza da memória que se perde e a incerteza do porvir que nos assombra, é um não-instante que dura a vida toda. Só saímos dele para entrar na Morte. A Eterna Presente. (PR)

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A finalidade de todo o pensamento é de nos conduzir até ao impensável. Ele nos carrega, como um recém-nascido, até ao portal da catedral do conhecimento e nos deposita lá, seu dever cumprido. O resto depende da caridade de estranhos. (PR)

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Sabedorias da tetravó: nunca se preocupe com seu coração, ele vai bater até você cair morto. (Dona Chininha)

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Porque quando se é jovem e nosso estoque de experiências da vida e histórias e tão pequeno, raramente nos repetimos em nossas conversas, enquanto que nós, os velhos, com toda uma vida no retrovisor, de quem se esperaria um rico cardápio de boas histórias, estamos sempre a repetir as mesmas? (PR)  

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Adaptado (de memória) de G C Lichtenberg: Porque eu, que não lembro o que aconteceu ontem, estou sempre pronto a repetir para meus ouvintes exatamente a mesma história de anos atrás?

A busca por planetas habitáveis. Se há no Universo planetas com condições de sustentar vida, podemos ter certeza de que já estão habitados. Não servem como Planetas B para salvar nossas peles. (PR)

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O progresso não se detém às portas do Divino. De uno, ele passou a três e hoje chegou à QUATRO. Pai, Filho, Espirito Santo e SISTEMA. O Sistema possui todas as qualidades do divino: é omnipresente, inescrutável, imprevisível, arbitrário, não responde a nossas preces e exige nossa inteira submissão. Ah! e reside na Nuvem. Não esquecer este detalhe. Seus sacerdotes são em número imenso, sempre a nos relembrar de sua existência. Amém.

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A discussão sobre se estamos ou não no Antropoceno é de muito pouco interesse. O escritor suíço, Étienne Barilier de seu gabinete faustiano cheio de livros, partituras, e retortas intuiu o essencial: vivemos em pleno OBS-CENO. Precisamos mais?

 

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